segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Seres Elementais ou Elementares ou Espíritos da Natureza...


A existência dos elementais, segundo os antigos anciãos e sábios do passado, explicava a dinâmica do universo. Como seres reais, eram responsabilizados pelas mudanças climáticas e correntes marítimas, pela precipitação da chuva ou pelo fato de haver fogo, entre muitos outros fenômenos da natureza. Apesar de ser uma explicação mitológica, própria da maneira pela qual se estruturava o conhecimento na época, eles não estavam enganados. Tanto assim que, apesar de a investigação científica não haver diagnosticado a existência concreta desses seres através de seus métodos, as explicações dadas a tais fenômenos não excluem a ação dos elementais. Pelo contrário.
Os sábios da Antiguidade acreditavam que o mundo era formado por quatro elementos básicos: terra, água, ar e fogo. Não obstante, com o transcorrer do tempo, a ciência viesse a contribuir com maiores informações a respeito da constituição da matéria, não tornou o conhecimento antigo obsoleto. A medicina milenar da China, por exemplo, que já começa a ser endossada pelas pesquisas científicas atuais, igualmente identifica os quatro elementos. Sob o ponto de vista da magia, os quatro elementos ainda permanecem, sem entrar em conflito com as explicações científicas modernas. Os magistas e ocultistas estabeleceram uma classificação dos elementais sob o ponto de vista desses elementos, considerando-os como forças da natureza ou tipos de energia.
Então os elementais não possuem consciência de si mesmos? São apenas energia? Não. Os seres elementais, irmãos nossos na criação divina, têm uma espécie de consciência instintiva. Podemos dizer que sua consciência está em elaboração. Apesar disso, eles se agrupam em famílias, assim como os elementos de uma tabela periódica.

Os elementais são entidades espirituais relacionadas com os elementos da natureza. Lá, em meio aos elementos, desempenham tarefas muito importantes. Na verdade, não seria exagero dizer inclusive que são essenciais à totalidade da vida no mundo. Através dos elementais e de sua ação direta nos elementos é que chegam às mãos do homem as ervas, flores e frutos, bem como o oxigênio, a água e tudo o mais que a ciência denomina como sendo forças ou produtos naturais. Na natureza, esses seres se agrupam segundo suas afinidades.
Seriam então esses agrupamentos aquilo que se chama de família? Isso mesmo! Essas famílias elementais, como as denominamos, estão profundamente ligadas a este ou aquele elemento: fogo, terra, água e ar, conforme a especialidade, a natureza e a procedência de cada uma delas.Os elementais já estiveram encarnados na Terra ou em outros mundos? Encarnações humanas, ainda não. Eles procedem de uma larga experiência evolutiva nos chamados reinos inferiores e, como princípios inteligentes, estão a caminho de uma humanização no futuro, que somente Deus conhece. Hoje, eles desempenham um papel muito importante junto à natureza como um todo, inclusive auxiliando os encarnados nas reuniões mediúnicas e os desencarnados sob cuja ordem servem.
Como podem auxiliar em reuniões mediúnicas? Como expliquei, podem-se classificar as famílias dos elementais de acordo com os respectivos elementos. Junto ao ar, por exemplo, temos a atuação dos silfos ou das sílfides, que se apresentam em estatura pequena, dotados de intensa percepção psíquica. Eles diferem de outros espíritos da natureza por não se apresentarem sempre com a mesma forma definida, permanente. São constituídos de uma substância etérea, absorvida dos elementos da atmosfera terrestre. Muitas vezes apresentam-se como sendo feitos de luz e lembram pirilampos ou raios. Também conseguem se manifestar, em conjunto, com um aspecto que remete aos efeitos da aurora boreal ou do arco-íris.
Disso se depreende, então, que os silfos são os mais evoluídos entre todas as famílias de elementais? Eu diria apenas que os silfos são, entre todos os elementais, os que mais se assemelham às concepções que os homens geralmente fazem a respeito de anjos ou fadas. Correspondem às forças criadoras do ar, que são uma fonte de energia vital poderosa.

Então eles vivem unicamente na atmosfera? Nem todos. Muitos elementais da família dos silfos possuem uma inteligência avançada e, devido ao grau de sua consciência, oferecem sua contribuição para criar as correntes atmosféricas, tão preciosas para a vida na Terra. Especializaram-se na purificação do ar terrestre e coordenam agrupamentos inteiros de outros elementais. Quanto à sua contribuição nos trabalhos práticos da mediunidade, pode-se ressaltar que os silfos auxiliam na criação e manutenção de formas-pensamento, bem como na estruturação de imagens mentais. Nos trabalhos de ectoplasmia, são auxiliares diretos, quando há a necessidade de reeducação de espíritos endurecidos.
E os outros elementais? Duas classes de elementais que merecem atenção são as ondinas e as ninfas, ambas relacionadas ao elemento água. Geralmente são entidades que desenvolvem um sentimento de amor muito intenso. Vivem no mar, nos lagos e lagoas, nos rios e cachoeiras e, na umbanda, são associadas ao orixá Oxum. As ondinas estão ligadas mais especificamente aos riachos, às fontes e nascentes, bem como ao orvalho, que se manifesta próximo a esses locais. Não podemos deixar de mencionar também sua relação com a chuva, pois trabalham de maneira mais intensa com a água doce. As ninfas, elementais que se parecem com as ondinas, apresentam-se com a forma espiritual envolvida numa aura azul e irradiam intensa luminosidade.
Sendo assim, qual é a diferença entre as ondinas e as ninfas, já que ambas são elementais das águas? A diferença básica entre elas é suavidade e a doçura das ninfas, que voam sobre as águas, deslizando harmoniosamente, como se estivessem desempenhando uma coreografia aquática. Para completar, temos ainda as sereias, personagens mitológicos que ilustraram por séculos as histórias dos marinheiros. Na realidade, sereias e tritões são elementais ligados diretamente às profundezas das águas salgadas. Possuem conotação feminina e masculina, respectivamente. Nas atividades mediúnicas, são utilizados para a limpeza de ambientes, da aura das pessoas e de regiões astrais poluídas por espíritos do mal.
Você pensou que tudo isso não passasse de lenda. Mas devo lhe afirmar que, em sua grande maioria, as lendas e histórias consideradas como folclore apenas encobrem uma realidade do mundo astral, com maior ou menor grau de fidelidade. É que os homens ainda não estão preparados para conhecer ou confrontar determinadas questões. 

E as fadas? Bem, podemos dizer que as fadas sejam seres de transição entre os elementos terra e ar. Note-se que, embora tenham como função cuidar das flores e dos frutos, ligados à terra, elas se apresentam com asas. Pequenas e ágeis, irradiam luz branca e, em virtude de sua extrema delicadeza, realizam tarefas minuciosas junto à natureza. Seu trabalho também compreende a interferência direta na cor e nos matizes de tudo quanto existe no planeta Terra. Como tarefa espiritual, adoram auxiliar na limpeza de ambientes de instituições religiosas, templos e casas espíritas. Especializaram-se em emitir determinada substância capaz de manter por tempo indeterminado as formas mentais de ordem superior. Do mesmo modo, auxiliam os espíritos superiores na elaboração de ambientes extra-físicos com aparências belas e paradisíacas. E, ainda, quando espíritos perversos são resgatados de seus antros e bases sombrias, são as fadas, sob a supervisão de seres mais elevados, que auxiliam na reconstrução desses ambientes. Transmutam a matéria astral impregnada de fluidos tóxicos e daninhos em castelos de luz e esplendor.
Temos ainda as salamandras, que são elementais associados ao fogo. Vivem ligados àquilo que os ocultistas denominaram éter e que os espíritas conhecem como fluido cósmico universal. Sem a ação das salamandras o fogo material definitivamente não existiria. Como o fogo foi, entre os quatro elementos, o primeiro manipulado livremente pelo homem, e é parte de sua história desde o início da escalada evolutiva, as salamandras acompanham o progresso humano há eras. Devido a essa relação mais íntima e antiga com o reino hominal, esses elementais adquiriram o poder de desencadear ou transformar emoções, isto é, podem absorvê-las ou inspirá-las. São hábeis ao desenvolver emoções muito semelhantes às humanas e, em virtude de sua ligação estreita com o elemento fogo, possuem a capacidade de bloquear vibrações negativas, possibilitando que o homem usufrua de um clima psíquico mais tranqüilo.
Nas tarefas mediúnicas e em contato com o comando mental de médiuns experientes, as salamandras são potentes transmutadores e condensadores de energia. Auxiliam sobremaneira na queima de objetos e criações mentais originadas ou associadas à magia negra. Os espíritos superiores as utilizam tanto para a limpeza quanto para a destruição de bases e laboratórios das trevas. Habitados por inteligências do mal, são locais-chave em processos obsessivos complexos, onde, entre diversas coisas, são forjados aparelhos parasitas e outros artefatos. Objetos que, do mesmo modo, são destruídos graças à atuação das salamandras.
E os duendes e gnomos? Também existem ou são obras da imaginação popular? Sem dúvida que existem! Os duendes e gnomos são elementais ligados às florestas e, muitos deles, a lugares desertos. Possuem forma anã, que lembra o aspecto humano. Gostam de transitar pelas matas e bosques, dando sinais de sua presença através de cobras e aves, como o melro, a graúna e também o chamado pai-do-mato. Excelentes colaboradores nas reuniões de tratamento espiritual, são eles que trazem os elementos extraídos das plantas, o chamado bioplasma. Auxiliam assim os espíritos superiores com elementos curativos, de fundamental importância em reuniões de ectoplasmia e de fluidificação das águas.
Temos ainda os elementais que se relacionam à terra, os quais chamamos de avissais. Geralmente estão associados a rochas, cavernas subterrâneas e, vez ou outra, vêm à superfície. Atuam como transformadores, convertendo elementos materiais em energia. Também são preciosos coadjuvantes no trabalho dos bons espíritos, notadamente quando há a necessidade de criar roupas e indumentárias para espíritos materializados. Como estão ligados à terra, trazem uma cota de energia primária essencial para a re-constituição da aparência perispiritual de entidades materializadas, inclusive quando perderam a forma humana ou sentem-se com os membros e órgãos dilacerados.
Não podia imaginar que esses seres tivessem uma ação tão ampla e intensa.
Os elementais são seres que ainda não passaram pela fase de humanidade. Oriundos dos reinos inferiores da natureza e mais especificamente do reino animal, ainda não ingressaram na espécie humana. Por essa razão trazem um conteúdo instintivo e primário muito intenso. Para eles, o homem é um deus. É habitual, e até natural, que obedeçam ao ser humano e, nesse processo, ligam-se â ele intensamente. Portanto, meu filho, todo médium é responsável pelo bom ou mau uso que faz dessas potências e seres da natureza.
Ondinas, sereias, gnomos e fadas são apenas denominações de um vocabulário humano, que tão-somente disfarçam a verdadeira face da natureza extrafísica, bem mais ampla que as percepções ordinárias dos simples mortais. Em meio à vida física, às experiências cotidianas do ser humano, enxameiam seres vivos, atuantes e conscientes. O universo todo está repleto de vida, e todos os seres colaboram para o equilíbrio do mundo. A surpresa com a revelação dessa realidade apenas exprime nossa profunda ignorância quanto aos "mistérios" da criação.



As questões relativas aos seres elementais levantam, ainda, novo questionamento. Os elementais — sejam gnomos, duendes, salamandras ou quaisquer outros — são seres que advêm de um longo processo evolutivo e que estagiaram no reino animal em sua fase imediatamente anterior de desenvolvimento. Portanto, devem ter uma espécie de consciência fragmentária. Onde e em que momento está o elo de ligação desses seres com a humanidade? Quer dizer, em que etapa da cadeia cósmica de evolução esses seres se humanizarão e passarão a ser espíritos, dotados de razão? Até hoje os cientistas da Terra procuram o chamado "elo perdido". Estão atrás de provas concretas, materiais da união entre o animal e o ser humano e buscam localizar o exato momento em que isso teria ocorrido. Em vão. Os espíritos da natureza, seres que concluíram seu processo evolutivo nos reinos inferiores à espécie humana, vivem na fase de transição que denominamos elemental. Entretanto, o processo de humanização, ou, mais precisamente, o instante sideral em que adquirem a luz da razão e passam a ser espíritos humanos, apenas o Cristo conhece. Jesus, como representante máximo do Pai no âmbito do planeta Terra, é o único que possui a ciência e o poder de conceder a esses seres a luz da razão. E isso não se passa na Terra, mas em mundos especiais, preparados para esse tipo de transição. Quando soar a hora certa no calendário da eternidade, esses seres serão conduzidos aos mundos de transição, adormecidos e, sob a interferência direta do Cristo, acordarão em sua presença, possuidores da chama eterna da razão. A partir de então, encaminhados aos mundos primitivos, vivenciarão suas primeiras encarnações junto às humanidades desses orbes. Esse é o motivo que ocasiona o fracasso da busca dos cientistas: procuram, na Terra, o elo de ligação, o elo perdido entre o mundo animal e o humano. Não o encontrarão jamais. As evidências não estão no planeta Terra, mas pertencem exclusivamente ao plano cósmico, administrado pelo Cristo.
O plano da criação é verdadeiramente grandioso, e a compreensão desses aspectos desperta em nós uma reverencia profunda ao autor da vida.


Livro: Aruanda
Médium: Robson Pinheiro
Espírito: Ângelo Inácio
Editora: Casa dos Espíritos Editora

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Luz da Pequena Casinha Branca...

Luz da pequena casinha branca, 
de portas abertas,
num abraço fraterno...
Senti da fila que lá fora
se forma e a serpenteia...
O triste vazio das faces,
dos corações das almas
de tão pouca esperança...

As mãos ásperas,
postas como súplicas
a mendigar refrigério
para os tormentos...
Que de suas lembranças
de outrora, emergem
e os assaltam quase que
por horas, em tantos sentimentos
e ressentimentos, que os vem
guardando... sufucando...

Ah! Amados trabalhadores fraternos
desta singela casinha iluminada,
recebam com amor estas
tristes almas que carregam a dor...
Mostrai-lhes que oque os aguarda
é a Luz da Alegria e não 
os gemidos de agonia...
Mostrai-lhes que nosso Amado Deus
vem para vosso aconselhamento,
retirando-vos os sofrimentos...
Mostrai-lhes que a Luz do Amor
e da Razão vos trará novamente
a esperança e a humildade
aos vossos corações...
E, a Luz que até então 
em vós estava apagada, 
ressurgirá em vossas faces,
agora irradiando Amor e Esperança...

Detalhes da visita espiritual em 20/07/12 e Msg de um Amigo Socorrista de um Pronto Socorro Espiritual.
A.N.=]

A Luz Consciente Consente...

As trevas que persistem, só persistem porque a Luz consente, pois Deus não quer a destruição da alma humana, que habita nas trevas de sua ignorância... Mas, sim sua redenção e purificação...

É a Misericórdia Divina que assim deseja, e para que nós na condição de irmãos encarnados e desencarnados, em caminho da estrada evolutiva, nos ajudemos uns aos outros. 
Os mais adiantados estendem as mãos em prol dos retardatários, no maravilhoso ciclo da reencarnação humana, e na eterna existência da alma sobre o corpo.
E, se as trevas de vossos irmãos lhes parecer por demais densa, bastar-te-á um pensamento, uma prece sincera, e a Luz se fará presente, onde quer que esteja.
 Vós, trabalhadores da Seara do Divino Mestre Jesus, que em seu nome propagam o amor e a caridade, não inquietais os vossos corações, ao contrário, sede persistentes, confiantes e cheios de fé, pois que jamais estarão sozinhos.

Msg recebida por A.N.=] e ditada por um Mentor Espiritual.

Atos, Reflexões e Retorno...


..."que a mão direita não saiba a bondade praticada pela esquerda"...

 ..."a evolução carnal, perispiritual e espiritual, começa no exato momento em que o espírito encarnado ou desencarnado livremente abandona as ilusões e paixões materiais, dedicando-se ao aprimoramento dos seus sentimentos e aptidões, à Luz da Razão"...
A.N.=]




..."Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto quem chuta ou maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar"...
(Chico Xavier)




..."todo aquele que se satisfaz na visão da agressão, de mazelas entorpece o coração atraíndo espíritos da escuridão... Obsessores que muitas vezes atravessam encarnações dificultando a evolução"...
 ..."todo aquele que se satisfaz agredindo seus irmãos na presente encarnação, corre o risco de na próxima nascer sem as mãos"...
Da Lei de Retorno...
A.N.=] 


 ..."a diferença entre dois animais que lutam na natureza para sobreviver e as pessoas que se soqueiam num programa de tv, talvez seja que o primeiro caso seja puro instinto de sobrevivência, e o segundo pura ignorância, onde há uma platéia televisiva que não se importa em acompanhar incentivando a brutalidade de seus instintos"...
..."o espírito que busca na ignorância da sua agressividade saciar seus instintos ainda animalizados, seja na agressão direta ou no incentivo para que ocorra... Sendo que já possui a luz do conhecimento espiritual e não a põe em prática... Inevitavelmente colherá lágrimas pelo mal que podia ter evitado e não o fez"...
A.N.=]

..."o progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade"...
Livro O Céu E O Inferno (Allan Kardec)

 ..."palavras soltas sem o mínimo de bom senso, ou amor nos pensamentos... Haverão de retornar senão ao relento, algum dia em forma de sofrimento"...
Da Lei de Retorno...
A.N.=]

 ..."como um espelho, as águas cristalinas de um lago seguem refletindo o que lhe vem a fronte... A alma humana reflete seu futuro feliz ou de amargo fel, segundo suas atitudes no presente"...
Da Lei de Ação e Reação...
A.N.=]
 
..."o grau de merecimento ou culpa, frente a uma atitude vinda do coração, está diretamente ligada à sua real intenção"...
A.N.=]

Código Penal da Vida Futura







11º — A expiação varia segundo a natureza e gravidade da
falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expia-
ções diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou
agravantes, em que for cometida.
12º — Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natu-
reza e duração do castigo: — a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório,
segundo o seu valor.
13º — A duração do castigo depende da melhoria do  Espí-
rito culpado.
Nenhuma condenação por tempo determinado lhe é
prescrita. O que Deus exige por termo de sofrimentos é um
melhoramento sério, efetivo, sincero, de volta ao bem.
Deste modo o Espírito é sempre o árbitro da própria
sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no
mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.
Uma condenação por tempo predeterminado teria o
duplo inconveniente de continuar o martírio do Espírito re-
negado, ou de libertá-lo do sofrimento quando ainda per-
manecesse no mal. Ora, Deus, que é justo, só pune o mal
enquanto existe, e deixa de o punir
quando não existe mais.
por outra, o mal moral, sendo por si mesmo causa de sofri-
mento, fará este durar enquanto subsistir aquele, ou dimi-
nuirá de intensidade à medida que ele decresça.
14º — Dependendo da melhoria do Espírito a duração do
castigo, o culpado que jamais melhorasse sofreria sempre,
e, para ele, a pena seria eterna.
15º — Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos
é não lobrigarem o termo da provação, acreditando-a eter-
na, como eterno lhes parece deva ser um tal castigo.
1 Vede cap. VI, nº 25, citação de Ezequiel.
2 Perpétuo é sinônimo de eterno. Diz-se o limite das neves perpé-
tuas; o eterno gelo dos pólos; também se diz o secretário perpétuo

16º — O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo
para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços
de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento
suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o
caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anu-
lar o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão
seria uma graça, não uma anulação.
17º — O arrependimento pode dar-se por toda parte e em
qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por
mais tempo.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a
expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe
são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual
após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se
havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existên-
cia, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa exis-
tência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de
si tiverem queixas, e em condições voluntariamente esco-
lhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.
Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais
casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria
fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados,
as missões não preenchidas; praticando o bem em com-
pensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se
tem sido orgulhoso, amável se foi austero, caridoso
se tem sido egoísta, benigno se tem sido perverso, labo-
rioso se tem sido ocioso, útil se tem sido inútil, frugal
se tem sido intemperante, trocando em suma por bons
os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o
Espírito, aproveitando-se do próprio passado.

 A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça, que
se pode considerar verdadeira lei de reabilitação moral dos Espíri-
tos. Entretanto, essa doutrina religião alguma ainda a proclamou.
Algumas pessoas repelem-na porque acham mais cômodo o poder
quitarem-se das más ações por  um  simples arrependimento, que
não custa mais que palavras, por meio de algumas fórmulas; con-
tudo, crendo-se, assim, quites, verão mais tarde se isso lhes basta-
va. Nós poderíamos perguntar se esse princípio não é consagrado
pela lei humana, e se a justiça divina pode ser inferior à dos ho-
mens? E mais, se essas leis se dariam por desafrontadas desde que
o indivíduo que as transgredisse, por abuso de confiança, se limi-
tasse a dizer que as respeita infinitamente.
Por que hão de vacilar tais pessoas perante uma obrigação que
todo homem honesto se impõe como dever, segundo o grau de suas
forças?
Quando esta perspectiva de reparação for inculcada na crença
das massas, será um outro freio aos seus desmandos, e bem mais
poderoso que o inferno e respectivas penas eternas, visto como
interessa à vida em sua plena atualidade, podendo o homem com-
preender a procedência das circunstâncias que a tornam penosa,
ou a sua verdadeira situação.

18º — Os Espíritos imperfeitos são excluídos dos mundos
felizes, cuja harmonia perturbariam. Ficam nos mundos
inferiores a expiarem as suas faltas pelas tribulações da
vida, e purificando-se das suas imperfeições até que mere-
çam a encarnação em mundos mais elevados, mais adian-
tados moral e fisicamente. Se pode conceber um lugar
circunscrito de castigo, tal lugar é, sem dúvida, nesses
mundos de expiação, em torno dos quais pululam Espíri-
tos imperfeitos, desencarnados à espera de novas existên-
cias que lhes permitam reparar o mal, auxiliando-os no
progresso.

19º — Como o Espírito tem sempre o livre-arbítrio, o pro-
gresso por vezes se lhe torna lento, e tenaz a sua obstina-
ção no mal. Nesse estado podem persistir anos e séculos,
vindo por fim um momento em que a sua contumácia se
modifica pelo sofrimento, e, a despeito da sua jactância,
reconhece o poder superior que o domina.
Então, desde que se manifestam os primeiros vislum-
bres de arrependimento, Deus lhe faz entrever a esperança.
Nem há Espírito incapaz de nunca progredir, votado a eter-
na inferioridade, o que seria a negação da lei de progresso,
que providencialmente rege todas as criaturas.
20º — Quaisquer que sejam a inferioridade e perversidade
dos Espíritos,
Deus jamais os abandona.
Todos têm seu
anjo de guarda (guia) que por eles vela, na persuasão de
suscitar-lhes bons pensamentos, desejos de progredir e,
bem assim, de espreitar-lhes os movimentos da alma, com
o que se esforçam por reparar em uma nova existência o
mal que praticaram. Contudo, essa interferência do guia faz-se quase sempre ocultamente e de modo a não haver
pressão, pois que o Espírito deve progredir por
impulso da
própria vontade,
nunca por qualquer sujeição.
O bem e o mal são praticados em virtude do livre-arbí-
trio, e, conseguintemente, sem que o Espírito seja
fatalmente impelido para um ou outro sentido.
Persistindo no mal, sofrerá as conseqüências por tan-
to tempo quanto durar a persistência, do mesmo modo que,
dando um passo para o bem,
sente imediatamente benéficos efeitos.
OBSERVAÇÃO — Erro seria supor que, por efeito da lei de
progresso, a certeza de atingir cedo ou tarde a per feição e a felici-
dade pode estimular a perseverança no mal, sob a condição do
ulterior arrependimento: primeiro porque o Espírito inferior não
se apercebe do termo da sua situação; e segundo porque, sendo
ele o autor da própria infelicidade, acaba por compreender que de
si depende o fazê-la cessar; que por tanto tempo quanto perseve-
rar no mal será infeliz; finalmente, que o sofrimento será intérmino
se ele próprio não lhe der fim. Seria, pois, um cálculo negativo,
cujas conseqüências o Espírito seria o primeiro a reconhecer. Com
o dogma das penas irremissíveis é que se verifica, precisamente,
tal hipótese, visto como é para sempre interdita qualquer idéia de
esperança, não tendo, pois o homem interesse em converter-se ao
bem, para ele sem proveito.
Diante dessa lei, cai também a objeção extraída da pres-
ciência divina, pois Deus, criando uma alma, sabe efetivamente
se em virtude do seu livre arbítrio, ela tomará a boa ou a má
estrada; sabe que ela será punida se fizer o mal; mas sabe
também que tal castigo temporário
é um meio de fazê-la compreender
o erro, cedo ou tarde entrando no bom caminho.
Pela doutrina das penas eternas conclui-se que
Deus sabe que essa alma falirá
e, portanto, que está previamente condenada a torturas infinitas.
21º — A responsabilidade das faltas é toda pessoal, nin-
guém sofre por erros alheios, salvo se a eles deu origem,
quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo
quando poderia fazê-lo.
Assim, o suicida é sempre punido; mas aquele que por
maldade impele outro a cometê-lo, esse sofre ainda maior pena.
22º — Conquanto infinita a diversidade de punições, algu-
mas há inerentes à inferioridade dos Espíritos, e cujas con-
seqüências, salvo pormenores,
são pouco mais ou menos idênticas.
A punição mais imediata, sobretudo entre os que se
acham ligados à vida material em detrimento do progresso
espiritual, faz-se sentir pela lentidão do desprendimento
da alma; nas angústias que acompanham a morte e o des-
pertar na outra vida, na conseqüente perturbação que pode
Dilatar-se por meses e anos.
Naqueles que, ao contrário, têm pura a consciência e
na vida material já se acham identificados com a vida espi-
ritual, o trespasse é rápido, sem abalos, quase nula a
turbação de um pacífico despertar.
23º — Um fenômeno mui freqüente entre os Espíritos de
certa inferioridade moral é o acreditarem-se ainda vivos,
podendo esta ilusão prolongar-se por muitos anos, duran-
te os quais eles experimentarão todas as necessidades,
todos os tormentos e perplexidades da vida.
24º — Para o criminoso, a presença incessante das vítimas
e das circunstâncias do crime é um suplício cruel.
25º — Espíritos há mergulhados em densa treva; outros se
encontram em absoluto insulamento no Espaço, atormen-
tados pela ignorância da própria posição, como da sorte
que os aguarda. Os mais culpados padecem torturas muito
mais pungentes por não lhes entreverem um termo.
Alguns são privados de ver os seres queridos, e todos,
geralmente, passam com intensidade relativa pelos males,
pelas dores e privações que a outrem ocasionaram. Esta
situação perdura até que o desejo de reparação pelo arrependimento
lhes traga a calma para entrever a possibilidade
de por eles mesmos pôr um termo à sua situação.
26º — Para o orgulhoso relegado às classes inferiores, é
suplício ver acima dele colocados, cheios de glória e bem-
-estar, os que na Terra desprezara. O hipócrita vê desven-
dados, penetrados e lidos por todo o mundo os seus mais
secretos pensamentos, sem que os possa ocultar ou dissi-
mular; o sátiro, na impotência de os saciar, tem na exalta-
ção dos bestiais desejos o mais atroz tormento; vê o avaro o
esbanjamento inevitável do seu tesouro, enquanto que o
egoísta, desamparado de todos, sofre as conseqüências da
sua atitude terrena; nem a sede nem a fome lhe serão miti-
gadas, nem amigas mãos se lhe estenderão às suas mãos
súplices; e, pois que em vida só de si cuidara, ninguém dele
se compadecerá na morte.
27º — O único meio de evitar ou atenuar as conseqüências
futuras de uma falta está no repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de
uma falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro,
as suas conseqüências.
28º — A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é
outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea.
Mais tarde, outra encarnação se lhe faculta para no-
vas provas de expiação e reparação, com maior ou menor
proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se
corrige, terá sempre uma missão a recomeçar, sempre e
sempre mais acerba, de sorte que pode dizer-se que
aquele que muito sofre na Terra,
muito tinha a expiar; e os que gozam uma felicidade aparente,
em que pesem aos seus vícios e inutilidades,
pagá-la-ão mui caro em ulterior existência.
Nesse sentido foi que Jesus disse:
—“Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados”.
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V.)
29º — Certo, a misericórdia de Deus é infinita, mas não é
cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado, e, en-
quanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequên-
cia dos seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter
que Deus não é inexorável, deixando sempre viável o cami-
nho da redenção.

30º — Subordinadas ao arrependimento e reparação de-
pendentes da vontade humana, as penas, por temporárias,
constituem concomitantemente
castigos e remédios auxiliares à cura do mal.
Os Espíritos, em prova, não são, pois,
quais galés por certo tempo condenados, mas como doen-
tes de hospital sofrendo de moléstias resultantes da própria incúria, a compadecerem-se com meios curativos mais
ou menos dolorosos que a moléstia reclama, esperando alta
tanto mais pronta quanto mais estritamente observadas as
prescrições do solícito médico assistente. Se os doentes,
pelo próprio descuido de si mesmos, prolongam a enfermi-
dade, o médico nada tem que ver com isso.
31º — Às penas que o Espírito experimenta na vida espiri-
tual ajuntam-se as da vida corpórea, que são conseqüentes
às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso
das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas
faltas. É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de
anteriores existências, pondo em prática resoluções toma-
das na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vi-
cissitudes mundanas que, à primeira vista, parecem não
ter razão de ser. Justas são elas, no entanto, como espólio
do passado — herança que serve à nossa romagem para a
perfectibilidade.

32º — Deus, diz-se, não daria prova maior de amor às suas
criaturas, criando-as infalíveis e, por conseguinte, isentas
dos vícios inerentes à imperfeição? Para tanto fora preciso
que Ele criasse seres perfeitos, nada mais tendo a adquirir,
quer em conhecimentos, quer em moralidade. Certo, po-
rém, Deus poderia fazê-lo, e se o não fez é que em sua
sabedoria quis que o progresso constituísse lei geral. Os
homens são imperfeitos, e, como tais,
sujeitos a vicissitudes mais ou menos penosas.
E, pois que o fato existe, devemos aceitá-lo.
Inferir dele que Deus não é bom nem justo,
fora insensata revolta contra a lei.
Injustiça haveria, sim, na criação de seres privilegia-
dos, mais ou menos favorecidos, fruindo gozos que outros
porventura não atingem senão pelo trabalho, ou que ja-
mais pudessem atingir. Ao contrário, a justiça divina pa-
tenteia-se na igualdade absoluta que preside à criação dos
Espíritos; todos têm o mesmo ponto de partida e nenhum
se distingue em sua formação por melhor aquinhoado; ne-
nhum cuja marcha progressiva se facilite por exceção: os
que chegam ao fim têm passado, como quaisquer outros,
pelas fases de inferioridade e respectivas provas.
Isto posto, nada mais justo que a liberdade de ação a
cada qual concedida. O caminho da felicidade a todos se
abre amplo, como a todos as mesmas condições para atingi-la.
A lei, gravada em todas as consciências, a todos é
ensinada.

Deus fez da felicidade o prêmio do trabalho e não
do favoritismo,
para que cada qual tivesse seu mérito.
Todos somos livres no trabalho do próprio progresso, e
o que muito e depressa trabalha, mais cedo recebe a re-
compensa. O romeiro que se desgarra, ou em caminho per-
de tempo, retarda a marcha e não pode queixar-se senão
de si mesmo.
O bem como o mal são voluntários e facultativos:
livre, o homem não é fatalmente impelido para um nem
para outro.
33º — Em que pese à diversidade de gêneros e graus de
sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da
vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º — O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º — Toda imperfeição, assim como toda falta dela
promanada traz consigo o próprio castigo nas consequên-
cias naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os ex-
cessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister
de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3º — Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por
efeito da vontade, pode igualmente anular os males conse-
cutivos e assegurar a futura felicidade.
A cada um segundo as suas obras, no Céu como na
Terra: — tal é a lei da Justiça Divina.

Livro O Céu E O Inferno (Allan Kardec)