quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Luz da Pequena Casinha Branca...

Luz da pequena casinha branca, 
de portas abertas,
num abraço fraterno...
Senti da fila que lá fora
se forma e a serpenteia...
O triste vazio das faces,
dos corações das almas
de tão pouca esperança...

As mãos ásperas,
postas como súplicas
a mendigar refrigério
para os tormentos...
Que de suas lembranças
de outrora, emergem
e os assaltam quase que
por horas, em tantos sentimentos
e ressentimentos, que os vem
guardando... sufucando...

Ah! Amados trabalhadores fraternos
desta singela casinha iluminada,
recebam com amor estas
tristes almas que carregam a dor...
Mostrai-lhes que oque os aguarda
é a Luz da Alegria e não 
os gemidos de agonia...
Mostrai-lhes que nosso Amado Deus
vem para vosso aconselhamento,
retirando-vos os sofrimentos...
Mostrai-lhes que a Luz do Amor
e da Razão vos trará novamente
a esperança e a humildade
aos vossos corações...
E, a Luz que até então 
em vós estava apagada, 
ressurgirá em vossas faces,
agora irradiando Amor e Esperança...

Detalhes da visita espiritual em 20/07/12 e Msg de um Amigo Socorrista de um Pronto Socorro Espiritual.
A.N.=]

A Luz Consciente Consente...

As trevas que persistem, só persistem porque a Luz consente, pois Deus não quer a destruição da alma humana, que habita nas trevas de sua ignorância... Mas, sim sua redenção e purificação...

É a Misericórdia Divina que assim deseja, e para que nós na condição de irmãos encarnados e desencarnados, em caminho da estrada evolutiva, nos ajudemos uns aos outros. 
Os mais adiantados estendem as mãos em prol dos retardatários, no maravilhoso ciclo da reencarnação humana, e na eterna existência da alma sobre o corpo.
E, se as trevas de vossos irmãos lhes parecer por demais densa, bastar-te-á um pensamento, uma prece sincera, e a Luz se fará presente, onde quer que esteja.
 Vós, trabalhadores da Seara do Divino Mestre Jesus, que em seu nome propagam o amor e a caridade, não inquietais os vossos corações, ao contrário, sede persistentes, confiantes e cheios de fé, pois que jamais estarão sozinhos.

Msg recebida por A.N.=] e ditada por um Mentor Espiritual.

Atos, Reflexões e Retorno...


..."que a mão direita não saiba a bondade praticada pela esquerda"...

 ..."a evolução carnal, perispiritual e espiritual, começa no exato momento em que o espírito encarnado ou desencarnado livremente abandona as ilusões e paixões materiais, dedicando-se ao aprimoramento dos seus sentimentos e aptidões, à Luz da Razão"...
A.N.=]




..."Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto quem chuta ou maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar"...
(Chico Xavier)




..."todo aquele que se satisfaz na visão da agressão, de mazelas entorpece o coração atraíndo espíritos da escuridão... Obsessores que muitas vezes atravessam encarnações dificultando a evolução"...
 ..."todo aquele que se satisfaz agredindo seus irmãos na presente encarnação, corre o risco de na próxima nascer sem as mãos"...
Da Lei de Retorno...
A.N.=] 


 ..."a diferença entre dois animais que lutam na natureza para sobreviver e as pessoas que se soqueiam num programa de tv, talvez seja que o primeiro caso seja puro instinto de sobrevivência, e o segundo pura ignorância, onde há uma platéia televisiva que não se importa em acompanhar incentivando a brutalidade de seus instintos"...
..."o espírito que busca na ignorância da sua agressividade saciar seus instintos ainda animalizados, seja na agressão direta ou no incentivo para que ocorra... Sendo que já possui a luz do conhecimento espiritual e não a põe em prática... Inevitavelmente colherá lágrimas pelo mal que podia ter evitado e não o fez"...
A.N.=]

..."o progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade"...
Livro O Céu E O Inferno (Allan Kardec)

 ..."palavras soltas sem o mínimo de bom senso, ou amor nos pensamentos... Haverão de retornar senão ao relento, algum dia em forma de sofrimento"...
Da Lei de Retorno...
A.N.=]

 ..."como um espelho, as águas cristalinas de um lago seguem refletindo o que lhe vem a fronte... A alma humana reflete seu futuro feliz ou de amargo fel, segundo suas atitudes no presente"...
Da Lei de Ação e Reação...
A.N.=]
 
..."o grau de merecimento ou culpa, frente a uma atitude vinda do coração, está diretamente ligada à sua real intenção"...
A.N.=]

Código Penal da Vida Futura







11º — A expiação varia segundo a natureza e gravidade da
falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expia-
ções diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou
agravantes, em que for cometida.
12º — Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natu-
reza e duração do castigo: — a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório,
segundo o seu valor.
13º — A duração do castigo depende da melhoria do  Espí-
rito culpado.
Nenhuma condenação por tempo determinado lhe é
prescrita. O que Deus exige por termo de sofrimentos é um
melhoramento sério, efetivo, sincero, de volta ao bem.
Deste modo o Espírito é sempre o árbitro da própria
sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no
mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.
Uma condenação por tempo predeterminado teria o
duplo inconveniente de continuar o martírio do Espírito re-
negado, ou de libertá-lo do sofrimento quando ainda per-
manecesse no mal. Ora, Deus, que é justo, só pune o mal
enquanto existe, e deixa de o punir
quando não existe mais.
por outra, o mal moral, sendo por si mesmo causa de sofri-
mento, fará este durar enquanto subsistir aquele, ou dimi-
nuirá de intensidade à medida que ele decresça.
14º — Dependendo da melhoria do Espírito a duração do
castigo, o culpado que jamais melhorasse sofreria sempre,
e, para ele, a pena seria eterna.
15º — Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos
é não lobrigarem o termo da provação, acreditando-a eter-
na, como eterno lhes parece deva ser um tal castigo.
1 Vede cap. VI, nº 25, citação de Ezequiel.
2 Perpétuo é sinônimo de eterno. Diz-se o limite das neves perpé-
tuas; o eterno gelo dos pólos; também se diz o secretário perpétuo

16º — O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo
para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços
de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento
suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o
caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anu-
lar o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão
seria uma graça, não uma anulação.
17º — O arrependimento pode dar-se por toda parte e em
qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por
mais tempo.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a
expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe
são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual
após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se
havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existên-
cia, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa exis-
tência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de
si tiverem queixas, e em condições voluntariamente esco-
lhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.
Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais
casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria
fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados,
as missões não preenchidas; praticando o bem em com-
pensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se
tem sido orgulhoso, amável se foi austero, caridoso
se tem sido egoísta, benigno se tem sido perverso, labo-
rioso se tem sido ocioso, útil se tem sido inútil, frugal
se tem sido intemperante, trocando em suma por bons
os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o
Espírito, aproveitando-se do próprio passado.

 A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça, que
se pode considerar verdadeira lei de reabilitação moral dos Espíri-
tos. Entretanto, essa doutrina religião alguma ainda a proclamou.
Algumas pessoas repelem-na porque acham mais cômodo o poder
quitarem-se das más ações por  um  simples arrependimento, que
não custa mais que palavras, por meio de algumas fórmulas; con-
tudo, crendo-se, assim, quites, verão mais tarde se isso lhes basta-
va. Nós poderíamos perguntar se esse princípio não é consagrado
pela lei humana, e se a justiça divina pode ser inferior à dos ho-
mens? E mais, se essas leis se dariam por desafrontadas desde que
o indivíduo que as transgredisse, por abuso de confiança, se limi-
tasse a dizer que as respeita infinitamente.
Por que hão de vacilar tais pessoas perante uma obrigação que
todo homem honesto se impõe como dever, segundo o grau de suas
forças?
Quando esta perspectiva de reparação for inculcada na crença
das massas, será um outro freio aos seus desmandos, e bem mais
poderoso que o inferno e respectivas penas eternas, visto como
interessa à vida em sua plena atualidade, podendo o homem com-
preender a procedência das circunstâncias que a tornam penosa,
ou a sua verdadeira situação.

18º — Os Espíritos imperfeitos são excluídos dos mundos
felizes, cuja harmonia perturbariam. Ficam nos mundos
inferiores a expiarem as suas faltas pelas tribulações da
vida, e purificando-se das suas imperfeições até que mere-
çam a encarnação em mundos mais elevados, mais adian-
tados moral e fisicamente. Se pode conceber um lugar
circunscrito de castigo, tal lugar é, sem dúvida, nesses
mundos de expiação, em torno dos quais pululam Espíri-
tos imperfeitos, desencarnados à espera de novas existên-
cias que lhes permitam reparar o mal, auxiliando-os no
progresso.

19º — Como o Espírito tem sempre o livre-arbítrio, o pro-
gresso por vezes se lhe torna lento, e tenaz a sua obstina-
ção no mal. Nesse estado podem persistir anos e séculos,
vindo por fim um momento em que a sua contumácia se
modifica pelo sofrimento, e, a despeito da sua jactância,
reconhece o poder superior que o domina.
Então, desde que se manifestam os primeiros vislum-
bres de arrependimento, Deus lhe faz entrever a esperança.
Nem há Espírito incapaz de nunca progredir, votado a eter-
na inferioridade, o que seria a negação da lei de progresso,
que providencialmente rege todas as criaturas.
20º — Quaisquer que sejam a inferioridade e perversidade
dos Espíritos,
Deus jamais os abandona.
Todos têm seu
anjo de guarda (guia) que por eles vela, na persuasão de
suscitar-lhes bons pensamentos, desejos de progredir e,
bem assim, de espreitar-lhes os movimentos da alma, com
o que se esforçam por reparar em uma nova existência o
mal que praticaram. Contudo, essa interferência do guia faz-se quase sempre ocultamente e de modo a não haver
pressão, pois que o Espírito deve progredir por
impulso da
própria vontade,
nunca por qualquer sujeição.
O bem e o mal são praticados em virtude do livre-arbí-
trio, e, conseguintemente, sem que o Espírito seja
fatalmente impelido para um ou outro sentido.
Persistindo no mal, sofrerá as conseqüências por tan-
to tempo quanto durar a persistência, do mesmo modo que,
dando um passo para o bem,
sente imediatamente benéficos efeitos.
OBSERVAÇÃO — Erro seria supor que, por efeito da lei de
progresso, a certeza de atingir cedo ou tarde a per feição e a felici-
dade pode estimular a perseverança no mal, sob a condição do
ulterior arrependimento: primeiro porque o Espírito inferior não
se apercebe do termo da sua situação; e segundo porque, sendo
ele o autor da própria infelicidade, acaba por compreender que de
si depende o fazê-la cessar; que por tanto tempo quanto perseve-
rar no mal será infeliz; finalmente, que o sofrimento será intérmino
se ele próprio não lhe der fim. Seria, pois, um cálculo negativo,
cujas conseqüências o Espírito seria o primeiro a reconhecer. Com
o dogma das penas irremissíveis é que se verifica, precisamente,
tal hipótese, visto como é para sempre interdita qualquer idéia de
esperança, não tendo, pois o homem interesse em converter-se ao
bem, para ele sem proveito.
Diante dessa lei, cai também a objeção extraída da pres-
ciência divina, pois Deus, criando uma alma, sabe efetivamente
se em virtude do seu livre arbítrio, ela tomará a boa ou a má
estrada; sabe que ela será punida se fizer o mal; mas sabe
também que tal castigo temporário
é um meio de fazê-la compreender
o erro, cedo ou tarde entrando no bom caminho.
Pela doutrina das penas eternas conclui-se que
Deus sabe que essa alma falirá
e, portanto, que está previamente condenada a torturas infinitas.
21º — A responsabilidade das faltas é toda pessoal, nin-
guém sofre por erros alheios, salvo se a eles deu origem,
quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo
quando poderia fazê-lo.
Assim, o suicida é sempre punido; mas aquele que por
maldade impele outro a cometê-lo, esse sofre ainda maior pena.
22º — Conquanto infinita a diversidade de punições, algu-
mas há inerentes à inferioridade dos Espíritos, e cujas con-
seqüências, salvo pormenores,
são pouco mais ou menos idênticas.
A punição mais imediata, sobretudo entre os que se
acham ligados à vida material em detrimento do progresso
espiritual, faz-se sentir pela lentidão do desprendimento
da alma; nas angústias que acompanham a morte e o des-
pertar na outra vida, na conseqüente perturbação que pode
Dilatar-se por meses e anos.
Naqueles que, ao contrário, têm pura a consciência e
na vida material já se acham identificados com a vida espi-
ritual, o trespasse é rápido, sem abalos, quase nula a
turbação de um pacífico despertar.
23º — Um fenômeno mui freqüente entre os Espíritos de
certa inferioridade moral é o acreditarem-se ainda vivos,
podendo esta ilusão prolongar-se por muitos anos, duran-
te os quais eles experimentarão todas as necessidades,
todos os tormentos e perplexidades da vida.
24º — Para o criminoso, a presença incessante das vítimas
e das circunstâncias do crime é um suplício cruel.
25º — Espíritos há mergulhados em densa treva; outros se
encontram em absoluto insulamento no Espaço, atormen-
tados pela ignorância da própria posição, como da sorte
que os aguarda. Os mais culpados padecem torturas muito
mais pungentes por não lhes entreverem um termo.
Alguns são privados de ver os seres queridos, e todos,
geralmente, passam com intensidade relativa pelos males,
pelas dores e privações que a outrem ocasionaram. Esta
situação perdura até que o desejo de reparação pelo arrependimento
lhes traga a calma para entrever a possibilidade
de por eles mesmos pôr um termo à sua situação.
26º — Para o orgulhoso relegado às classes inferiores, é
suplício ver acima dele colocados, cheios de glória e bem-
-estar, os que na Terra desprezara. O hipócrita vê desven-
dados, penetrados e lidos por todo o mundo os seus mais
secretos pensamentos, sem que os possa ocultar ou dissi-
mular; o sátiro, na impotência de os saciar, tem na exalta-
ção dos bestiais desejos o mais atroz tormento; vê o avaro o
esbanjamento inevitável do seu tesouro, enquanto que o
egoísta, desamparado de todos, sofre as conseqüências da
sua atitude terrena; nem a sede nem a fome lhe serão miti-
gadas, nem amigas mãos se lhe estenderão às suas mãos
súplices; e, pois que em vida só de si cuidara, ninguém dele
se compadecerá na morte.
27º — O único meio de evitar ou atenuar as conseqüências
futuras de uma falta está no repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de
uma falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro,
as suas conseqüências.
28º — A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é
outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea.
Mais tarde, outra encarnação se lhe faculta para no-
vas provas de expiação e reparação, com maior ou menor
proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se
corrige, terá sempre uma missão a recomeçar, sempre e
sempre mais acerba, de sorte que pode dizer-se que
aquele que muito sofre na Terra,
muito tinha a expiar; e os que gozam uma felicidade aparente,
em que pesem aos seus vícios e inutilidades,
pagá-la-ão mui caro em ulterior existência.
Nesse sentido foi que Jesus disse:
—“Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados”.
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V.)
29º — Certo, a misericórdia de Deus é infinita, mas não é
cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado, e, en-
quanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequên-
cia dos seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter
que Deus não é inexorável, deixando sempre viável o cami-
nho da redenção.

30º — Subordinadas ao arrependimento e reparação de-
pendentes da vontade humana, as penas, por temporárias,
constituem concomitantemente
castigos e remédios auxiliares à cura do mal.
Os Espíritos, em prova, não são, pois,
quais galés por certo tempo condenados, mas como doen-
tes de hospital sofrendo de moléstias resultantes da própria incúria, a compadecerem-se com meios curativos mais
ou menos dolorosos que a moléstia reclama, esperando alta
tanto mais pronta quanto mais estritamente observadas as
prescrições do solícito médico assistente. Se os doentes,
pelo próprio descuido de si mesmos, prolongam a enfermi-
dade, o médico nada tem que ver com isso.
31º — Às penas que o Espírito experimenta na vida espiri-
tual ajuntam-se as da vida corpórea, que são conseqüentes
às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso
das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas
faltas. É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de
anteriores existências, pondo em prática resoluções toma-
das na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vi-
cissitudes mundanas que, à primeira vista, parecem não
ter razão de ser. Justas são elas, no entanto, como espólio
do passado — herança que serve à nossa romagem para a
perfectibilidade.

32º — Deus, diz-se, não daria prova maior de amor às suas
criaturas, criando-as infalíveis e, por conseguinte, isentas
dos vícios inerentes à imperfeição? Para tanto fora preciso
que Ele criasse seres perfeitos, nada mais tendo a adquirir,
quer em conhecimentos, quer em moralidade. Certo, po-
rém, Deus poderia fazê-lo, e se o não fez é que em sua
sabedoria quis que o progresso constituísse lei geral. Os
homens são imperfeitos, e, como tais,
sujeitos a vicissitudes mais ou menos penosas.
E, pois que o fato existe, devemos aceitá-lo.
Inferir dele que Deus não é bom nem justo,
fora insensata revolta contra a lei.
Injustiça haveria, sim, na criação de seres privilegia-
dos, mais ou menos favorecidos, fruindo gozos que outros
porventura não atingem senão pelo trabalho, ou que ja-
mais pudessem atingir. Ao contrário, a justiça divina pa-
tenteia-se na igualdade absoluta que preside à criação dos
Espíritos; todos têm o mesmo ponto de partida e nenhum
se distingue em sua formação por melhor aquinhoado; ne-
nhum cuja marcha progressiva se facilite por exceção: os
que chegam ao fim têm passado, como quaisquer outros,
pelas fases de inferioridade e respectivas provas.
Isto posto, nada mais justo que a liberdade de ação a
cada qual concedida. O caminho da felicidade a todos se
abre amplo, como a todos as mesmas condições para atingi-la.
A lei, gravada em todas as consciências, a todos é
ensinada.

Deus fez da felicidade o prêmio do trabalho e não
do favoritismo,
para que cada qual tivesse seu mérito.
Todos somos livres no trabalho do próprio progresso, e
o que muito e depressa trabalha, mais cedo recebe a re-
compensa. O romeiro que se desgarra, ou em caminho per-
de tempo, retarda a marcha e não pode queixar-se senão
de si mesmo.
O bem como o mal são voluntários e facultativos:
livre, o homem não é fatalmente impelido para um nem
para outro.
33º — Em que pese à diversidade de gêneros e graus de
sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da
vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º — O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º — Toda imperfeição, assim como toda falta dela
promanada traz consigo o próprio castigo nas consequên-
cias naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os ex-
cessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister
de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3º — Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por
efeito da vontade, pode igualmente anular os males conse-
cutivos e assegurar a futura felicidade.
A cada um segundo as suas obras, no Céu como na
Terra: — tal é a lei da Justiça Divina.

Livro O Céu E O Inferno (Allan Kardec)